O que um poluente comum do ar, um perigoso explosivo e o Prêmio Nobel têm a ver com o Viagra? Tudo. Em 1998, quando o Viagra foi lançado, três cientistas dos EUA faturaram o Nobel de Medicina por descobrir que o óxido nítrico (NO), gás presente na fumaça das metrópoles e na nitroglicerina, desempenha funções no organismo humano -como o controle da ereção.
Ferid Murad, Louis Ignarro e Robert Furchgott demonstraram que o NO funciona como neurotransmissor, ou seja, um carregador de mensagens químicas entre as células nervosas.
Ignarro descobriu que os neurônios que enervam os vasos sangüíneos no pênis usam o óxido nítrico como neurotransmissor. Ali, estimula uma proteína chamada guanilil-ciclase a formar o GMP-cíclico, molécula que estimula o relaxamento dos vasos sangüíneos no corpo cavernoso para que eles possam se encher de sangue -e causar, assim, a ereção.
O Viagra e outras drogas, como o Cialis e o Levitra, impedem a degradação do GMP-cíclico nas células, potencializando a ação do óxido nítrico.